Apesar de tudo as vitorias que realizou com a nossa selecção, nunca fui um verdadeiro entusiasta do nosso seleccionador nacional, mister Scolari. Sobretudo porque não vou muito com treinadores brasileiros. Acho os treinadores brasileiros demasiado folclóricos e amadores para o nosso futebol. Porém, por incrível que pareça, os maiores sucessos alcançados pela selecção nacional foram realizados por treinadores brasileiros, outrora o mítico Otto Glória, actualmente o irreverente Scolari.
Mas apesar de ser adepto de futebol, há muito que deixei de acompanhar com regular assiduidade todas as noticias e respectivos jogos. Por vários motivos que se prendem com a minha vida pessoal. Por outro lado porque me parece que esse desporto ultrapassou as fronteiras do razoável. Mas não é sobre futebol que eu pretendo falar neste post, é sobre a tolerância. Apenas quero utilizar o exemplo do célebre soco do nosso seleccionador ao jogador sérvio, que eu aqui não me atrevo a escrever o nome. A imagem que o mister Scolari passou para os portugueses, ao longo destes anos entre nós, foi uma imagem de superioridade. Dava a impressão de estar acima de tudo e de todos. Quase que era com sacrifício que ele era o nosso seleccionador nacional. Se não fosse ele nos não éramos nada nem ninguém no mundo do futebol. Ora, isso para além de não ser verdade, é o mais puro acto de arrogância e vaidade. O futebol português hoje deve mais ao Porto, Sporting, e Benfica pelo que têm feito nas competições europeias nos últimos cinco anos do que ao Senhor Scolari.
Porém essa sua arrogância e vaidade, caiu-lhe aos pés aquando do episódio com o jogo da Servia. Primeiro ele veio com toda a arrogância negar o que tinha feito, mas como no dia seguinte estava bem explicito nos jornais o que tinha feito, veio pedir desculpas, e mesmo assim desculpou-se logo a seguir com o jogador sérvio. Porquê?
Não é só o senhor Scolari que é assim. Somos todos nós. Todos nós somos intransigentes com os outros, principalmente com aqueles que por algum motivo social ou profissional estão num escalam inferior ao nosso. E quem disser que não é assim, está a mentir. A tolerância só é importante e valida quando chega a nossa vez de sermos castigados.
Um outro exemplo disso, agora numa versão mais colectiva, foi o que se passou com o governo português e a vinda de Sua Santidade Dalai Lama ao nosso país. Durante cerca de 25 anos, Portugal andou a apresentar a questão de Timor-leste a meio mundo. Qual algum sentimento de culpa é verdade, mas não se fartou de fazer alarido em todas as reuniões internacionais onde esteve presente, correndo até o risco de ser mal visto entre o seus parceiro europeus, sobretudo holandeses e ingleses, por boicotar tudo o que se relacionava com a Indonésia. Sobretudo no governo socialista liderado por António Guterres. Agora que felizmente a situação com Timor-Leste já está resolvida, passaram uma esponja na sua memoria, e um também governo socialista não é capaz de receber um Líder religioso, mas sobretudo politico de um pias que vive uma situação muito semelhante à que viveu Timor-Leste. Porquê? Interesses económicos? Talvez. Mas, sobretudo, parece-me que por falta de tolerância, compreensão, para com uma situação de opressão semelhante há-de Timor – Leste.
Gostava que reflectíssemos bem neste aspecto. Ser tolerante para connosco ou nas situações em que nos é favorável é muito fácil, mas, e ser tolerante nas situações em que somos nós os “prejudicados”, se é que podemos ser prejudicados por sermos tolerantes e compreensivos. Porque será que somos assim? Não está na altura de mudamos.
P.S.- Este post era para ter sido publicado na quinta-feira, mas por falta de tempo e oportunidade para o redigir só me foi possível publica-lo hoje. Obrigado pela vossa compreensão J
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